Frete marítimo diminui, mas continua afetando importadoras Brasileiras e ao redor do mundo

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Frete marítimo diminui, mas continua afetando importadoras Brasileiras e ao redor do mundo

O frete marítimo diminuiu no mês de setembro, mas ainda assim, cerca de 84% das importadoras brasileiras relatam que foram muito ou altamente afetadas devido aos gargalos da logística global, enquanto 2% somente disseram não ter sido nada afetadas. Esses dados foram divulgados pela Consulta Empresarial: Logística Internacional, por meio da pesquisa feita pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Portanto, se você quer entender um pouco mais sobre como isso vem afetando o mercado, continue acompanhando o post de hoje até o fim.

Frete marítimo

Como já era esperado, o aumento dos preços do frete marítimo foi o problema mais citado pelas empresas na consulta, que foram mais de 465 entrevistadas, entre o fim de maio e início de junho de 2022. Contudo, as respostas também apontam para impactos em cadeia.

Afinal, no mês de setembro, o custo médio do frete marítimo para a importação na rota entre Ásia e Brasil, ficou em US$ 7 mil por contêiner de 40 pés (com dimensões aproximadas de 12 metros por 2,5 metros), segundo dados da consultoria Solve Shipphing, compilados pela CNI. Por mais que seja uma queda de 33,6% em relação à média de agosto, ainda assim é um aumento de 3,4 acima dos valores de janeiro de 2020, antes da COVID-19 causar seus impactos na economia mundial. Já quando falamos do preço médio do frete de exportação na rota entre Brasil e Costa Leste dos EUA, o valor fica em US$ 10.600 por contêiner de 40 pés desde o mês de julho, que representa um aumento de 8,5 vezes mais quando comparado com janeiro de 2020.

De acordo com os dados divulgados pela CNI, para as empresas o principal problema foi o aumento do preço do frete. Inclusive, entre as importadoras, 95% citaram esse como o maior problema, enquanto 92% das indústrias exportadoras também citaram a alta dos preços. Em seguida, a falta de contêineres e de espaço dentro dos navios foram outros problemas bastante citados.

Pandemia e seu impacto nos preços

Por mais que os números da pandemia tenham melhorado, até hoje ela impacta o desempenho e resultados da economia mundial.

Foi no segundo semestre de 2020 que os preços do frete marítimo começaram a aumentar. Isso porque, as paralisações devido à pandemia causaram diversos gargalos logísticos, visto que houve uma retomada desequilibrada da economia mundial, depois de chegar no fundo do poço no segundo trimestre daquele mesmo ano. Inclusive, esse problema contribuiu para o encarecimento e a escassez de componentes da indústria. Um exemplo são os semicondutores, que atrapalham a produção e encarecem as geladeiras, fogões e automóveis. Ou seja, é um problema global.

Os gargalos começaram com as restrições no contrato social nas operações de portos e navios. Mas na retomada, ainda que houvessem restrições em vigor, a demanda pelos bens voltou mais rápido que o esperado. Isso porque, foram feitas algumas políticas de transferência de rede, além do fato de que no isolamento, os consumidores passaram a gastar mais com produtos do que com serviços. Como consequência, houve uma corrida pelos serviços de transporte, pressionando a capacidade de portos, armazéns, navios e contêineres. Portanto, o desequilíbrio entre a demanda pelo transporte e oferta de capacidade fez com que os preços atingissem patamares históricos.

Problemas recentes no cenário mundial também afetam os preços atuais

É importante ressaltar que os gargalos estão demorando para serem eliminados devido a esse problema que acabamos de citar e também por novos que surgiram neste ano, como a Guerra na Ucrânia e a política de Covid Zero na China. Inclusive, a China teve lockdowns rigorosos em abril e maio, atingindo até mesmo Xangai, o que afetou novamente as operações dos portos chineses. Por outro lado, o conflito na região do Leste Europeu aumentou os preços do petróleo, encarecendo o combustível usado pelos navios.

Com essa demora para eliminar todos os gargalos, a CNI destacou que os impactos de segunda ordem informados nas entrevistas foram o cancelamento de embarques, a suspensão de algumas rotas marítimas, além de cobranças adicionais. Sendo assim, os problemas vão além do aumento do custo, afetando também a produção e vendas, o que dificulta o crescimento das atividades.

Portanto, os problemas estão causando impactos mais profundos nas operações, sendo que os gargalos logísticos afetam principalmente o transporte via contêiner, usando para carregar manufaturados ou produtos agropecuários específicos, como frutas e carnes. Justamente por isso, para o Brasil o impacto econômico é maior na importação de bens e insumos industriais. Afinal, com as cadeiras de produção integradas, a indústria precisa importar componentes, principalmente da Ásia.

Além disso, quando falamos em exportação, o carro-chefe brasileiro são matérias-primas, como soja, café minério de ferro, petróleo, etc, sendo que geralmente o custo do frete desses itens fica com os importadores.

Sendo assim, é importante ficar por dentro do que está acontecendo ao redor do mundo, pois há um grande impacto no mercado nacional. Nesse sentido, se houver qualquer dúvida sobre seus produtos, não deixe de entrar em contato conosco!

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